Mergulhe no mundo enigmático de ‘Hamlet’ de Shakespeare, uma história de traição e dilema existencial ambientada no Castelo de Elsinore, na Dinamarca. Navegando pelas profundezas da psique do Príncipe Hamlet, este artigo oferece um resumo completo ou breve, análise, fatos essenciais e um tesouro de percepções sobre esta obra-prima atemporal.
Informações Básicas Sobre a Peça
- Título da Obra: Hamlet
- Autor: William Shakespeare
- Data de Publicação: 1603 (Primeiro Quarto), embora acredite-se que tenha sido escrita entre 1599 e 1601.
- Idioma Original: Inglês
- Gênero: Tragédia
- Forma e Estrutura: Peça em cinco atos
- Cenário: O Reino da Dinamarca durante o final do período medieval.
- Temas: Vingança, loucura, corrupção moral, mortalidade, as consequências da indecisão.
- Meio de Publicação: Originalmente publicado como um quarto (um pequeno livreto), mais tarde incluído no Primeiro Fólio das obras coletadas de Shakespeare em 1623.
- Dicção: Mistura de linguagem formal e poética, com alguns coloquialismos. A linguagem pode ser considerada arcaica pelos padrões modernos. Suas escolhas de palavras frequentemente carregam conotações profundas, refletindo os temas complexos da peça e o tumulto psicológico de seus personagens.
Resumo em Uma Frase
O Príncipe da Dinamarca, incentivado pelo fantasma de seu pai, enfrenta a traição de seu tio, levando a uma conclusão trágica onde ambas as famílias reais encontram seu fim.
Resumo Curto de “Hamlet” em Um Parágrafo
No universo perturbador de “Hamlet” de Shakespeare, o fantasma do recentemente falecido Rei da Dinamarca aparece para seu filho, o Príncipe Hamlet, revelando que foi assassinado pelo próprio irmão, agora Rei Cláudio. Esta revelação lança o jovem príncipe em um turbilhão de luto, raiva e introspecção profunda. Enquanto Hamlet elabora um plano para confirmar a culpa de Cláudio, ele finge loucura, levando a uma série de trágicos equívocos, manipulações e confrontos. A complexa teia de enganos, ambiguidade moral e dilemas filosóficos da peça culmina em um final dramático, onde o tribunal real da Dinamarca, incluindo Hamlet, Cláudio, Rainha Gertrudes e Ofélia, todos encontram fins trágicos.
Resumo Completo de “Hamlet” Ato por Ato:
Atos I: Revelações Fantasmagóricas
A peça começa no Castelo de Elsinore, na Dinamarca. Os sentinelas, Marcelo e Bernardo, junto com Horácio, um amigo do Príncipe Hamlet, testemunham o fantasma do recentemente falecido Rei Hamlet. Quando a aparição aparece para o próprio Príncipe Hamlet, ela revela que é o espírito de seu pai e afirma que foi assassinado pelo irmão Cláudio, que agora assumiu o trono e se casou com a mãe de Hamlet, a Rainha Gertrudes. O fantasma insta Hamlet a buscar vingança.
Atos II: Loucura Fingida
Hamlet decide fingir loucura como parte de seu plano para investigar a verdade das acusações do fantasma e para confundir o rei. Ofélia, a quem Hamlet cortejou, relata seu comportamento errático ao pai, Polônio, que acredita que a loucura de Hamlet decorre de um amor não correspondido. Polônio decide usar Ofélia para descobrir a raiz do estranho comportamento de Hamlet, preparando o terreno para mais complicações.
Atos III: A Peça Dentro da Peça
O famoso solilóquio de Hamlet, “Ser ou não ser,” mergulha fundo no tema da existência e da natureza do sofrimento. Mais tarde, para confirmar a culpa de Cláudio, Hamlet encena uma peça que imita as circunstâncias suspeitas da morte do antigo rei. A reação de Cláudio à peça revela sua culpa. Enquanto isso, o relacionamento de Hamlet com Ofélia se deteriora, e ele confronta sua mãe, durante o qual ele mata acidentalmente Polônio, pensando ser Cláudio.
Atos IV: Exílio e Loucura
Após a morte de Polônio, Hamlet é enviado para a Inglaterra por Cláudio, que trama tê-lo morto lá. Ofélia, devastada pela morte do pai e pelo comportamento de Hamlet, mergulha na loucura. Laertes, filho de Polônio, retorna à Dinamarca para vingar a morte do pai e a loucura da irmã. Cláudio, sentindo um aliado em Laertes, trama com ele para matar Hamlet.
Atos V: Um Cemitério, um Duelo e Mortes
Num cemitério, Hamlet se depara com o crânio de Yorick, o bobo da corte de sua infância, levando-o a refletir sobre a natureza da vida e da morte. A procissão fúnebre de Ofélia chega, e Hamlet percebe que ela está morta. Um duelo é arranjado entre Hamlet e Laertes. O duelo, manchado por traição, resulta nas mortes de Laertes, Hamlet, Rei Cláudio e Rainha Gertrudes. Fortinbras, o príncipe norueguês, chega ao final do massacre, reivindicando o trono dinamarquês.
Revisão dos Personagens Principais
Hamlet
O Príncipe da Dinamarca e o protagonista da peça. Hamlet é um jovem profundamente introspectivo e filosófico, dividido entre o dever de vingar o assassinato de seu pai e suas dúvidas sobre a moralidade de tal vingança. Sua loucura fingida, luto genuíno e sagacidade aguda fazem dele um dos personagens mais complexos e duradouros de Shakespeare.
Rei Cláudio
O novo Rei da Dinamarca e tio de Hamlet. Cláudio é um governante astuto e manipulador, responsável pela morte de seu irmão, o rei anterior. Sua culpa e paranoia tornam-se evidentes à medida que a peça avança, especialmente em suas interações com Hamlet.
Rainha Gertrudes
Mãe de Hamlet e Rainha da Dinamarca. Ela se casa com Cláudio logo após a morte de seu primeiro marido. Embora suas motivações e sentimentos permaneçam um tanto ambíguos, seu amor por Hamlet é evidente. Ela frequentemente se vê dividida entre sua lealdade a Cláudio e sua preocupação pelo filho.
Ofélia
Uma jovem nobre da Dinamarca e interesse amoroso de Hamlet. Ofélia é obediente ao seu pai, Polônio, e é profundamente afetada pelo comportamento errático de Hamlet. Sua descida à loucura e morte subsequente estão entre os momentos mais trágicos da peça.
Polônio
O Lorde Camareiro da corte de Cláudio e pai de Ofélia e Laertes. Polônio é prolixo e gosta de dar conselhos. Ele espiona Hamlet para determinar a causa da loucura do príncipe, levando à sua morte acidental pelas mãos de Hamlet.
Laertes
Filho de Polônio e irmão de Ofélia. Laertes é apaixonado e rápido em agir. Ele retorna à Dinamarca para vingar a morte de seu pai e se torna um peão no plano de Cláudio contra Hamlet.
O Fantasma
O espírito do pai de Hamlet, o antigo Rei da Dinamarca. O fantasma revela a Hamlet que foi assassinado por Cláudio e instiga seu filho a buscar vingança. A aparição do fantasma dá início aos eventos da peça.
Horácio
O leal amigo e confidente de Hamlet. Horácio é equilibrado e serve como contraponto à introspecção e impulsividade de Hamlet. Ele é o único personagem principal a sobreviver aos trágicos eventos da peça e atua como o narrador final, garantindo que a história de Hamlet seja contada.
Contexto Histórico e Pano de Fundo
“Hamlet” foi escrito durante a era elisabetana, um período marcado por um renovado interesse pelas artes, ciências e clássicos. O Renascimento estava em pleno auge na Inglaterra, e o teatro era uma forma importante de entretenimento. A peça reflete a fascinação da época com temas de morte, vingança e o sobrenatural. Adicionalmente, as intrigas políticas e traições na peça espelham o clima político da época de Shakespeare, com suas lutas pelo poder e alianças cambiantes.
O Portfólio de Shakespeare Comparado com Hamlet
Embora muitas das peças de Shakespeare explorem temas de amor, traição e intriga política, “Hamlet” se destaca por sua profunda perspicácia psicológica e questões morais complexas. Diferentemente da comédia romântica “Sonho de uma Noite de Verão” ou do drama histórico “Júlio César,” “Hamlet” mergulha na psique humana, explorando o turbilhão interior de seu personagem titular. A exploração da peça sobre a loucura, tanto real quanto simulada, também a diferencia de outras obras como “Macbeth” ou “Otelo.”
Recepção do Público
Desde suas primeiras apresentações, “Hamlet” foi bem recebido pelo público e desde então tornou-se uma das peças mais encenadas e estudadas de Shakespeare. Ao longo dos séculos, críticos debateram vários aspectos da peça, desde o caráter e motivações de Hamlet até os temas de morte e vingança na obra. Interpretações modernas frequentemente se concentram em sua profundidade psicológica, explorando as complexidades de seus personagens e seus dilemas morais.
Adaptações Notáveis de “Hamlet”
Essas adaptações, entre muitas outras, mostram a influência duradoura e a versatilidade de “Hamlet,” provando sua capacidade de inspirar e cativar públicos de diferentes culturas e épocas.
Cinema:
- “Hamlet” (1948) dirigido por Laurence Olivier – Esta adaptação ganhou quatro Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Olivier.
- “Hamlet” (1990) dirigido por Franco Zeffirelli – Com Mel Gibson no papel-título e Glenn Close como Rainha Gertrude.
- “Hamlet” (1996) dirigido por Kenneth Branagh – Uma versão completa e sem cortes da peça, com um elenco repleto de estrelas, incluindo o próprio Branagh como Hamlet.
- “Hamlet 2” (2008) – Uma visão cômica da história, este filme gira em torno de um professor de teatro do ensino médio que escreve uma sequência para “Hamlet.”
Televisão:
“Hamlet” (2009) – Um filme para a BBC estrelado por David Tennant como Hamlet e Patrick Stewart como Rei Cláudio.
Teatro:
“Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos” (1966) de Tom Stoppard – Uma peça que foca em dois personagens secundários de “Hamlet,” oferecendo uma visão cômica e existencialista dos eventos da peça original.
Ballet:
“Hamlet” pelo American Ballet Theatre – Uma interpretação moderna de ballet do conto clássico.
Literatura:
“A História de Edgar Sawtelle” (2008) por David Wroblewski – Um romance que é uma releitura de “Hamlet” ambientado no Wisconsin rural.
Música:
“Hamlet” de Ambroise Thomas – Uma ópera baseada na tragédia shakespeariana.
Arte Visual:
Pinturas de Eugène Delacroix – O artista romântico do século XIX criou várias obras inspiradas em cenas de “Hamlet,” mais notavelmente sua representação de Hamlet e Horácio no cemitério.
Panorama Literário da Época de Hamlet
“Hamlet” é frequentemente comparado a outras tragédias de sua época, como “Doutor Fausto” de Christopher Marlowe, que também explora temas de ambição, o sobrenatural e consequências morais. No entanto, “Hamlet” se destaca pelo seu desenvolvimento de personagem intricado e sua exploração de temas existenciais. Dentro das próprias obras de Shakespeare, peças como “Macbeth” e “Otelo” oferecem explorações semelhantes de ambição, traição e as trágicas consequências de decisões equivocadas, mas “Hamlet” continua único em sua profunda introspecção filosófica.
Curiosidades Intrigantes sobre “Hamlet”
Esses aspectos fascinantes de “Hamlet” oferecem uma apreciação mais profunda da riqueza da peça e sua impressão duradoura na cultura e na literatura.
- “Ser ou não ser”: Este solilóquio de “Hamlet” é uma das linhas mais citadas na língua inglesa, demonstrando o impacto profundo de Shakespeare na literatura e na cultura popular.
- O Crânio de Yorick: A cena em que Hamlet segura o crânio de Yorick, o bobo da corte de sua infância, foi referenciada e parodiada em inúmeras outras obras, desde literatura até filmes e até desenhos animados.
- A Peça Mais Longa: “Hamlet” é a peça mais longa de Shakespeare com mais de 4.000 linhas, o que se traduz em cerca de quatro horas de tempo de palco.
- As Flores de Ofélia: A distribuição de flores por Ofélia no Ato IV tem sido objeto de muito debate acadêmico, com cada flor acreditada ter um significado simbólico, desde alecrim para lembrança até amores-perfeitos para pensamentos.
- Versões Múltiplas: Existem três versões diferentes de “Hamlet” que sobreviveram até os dias atuais: o Primeiro Quarto (Q1), o Segundo Quarto (Q2) e o Primeiro Fólio (F1). Cada versão tem diferenças no texto, com algumas linhas únicas para cada versão.
- A “Maldição de Hamlet”: Alguns atores e entusiastas do teatro acreditam em uma superstição de que dizer o nome “Hamlet” dentro de um teatro, exceto durante um ensaio ou apresentação, dá azar. Em vez disso, eles se referem a ela como “A Peça Escocesa.”
- Influência em Obras Modernas: O Rei Leão, um popular filme animado da Disney, tem vários elementos de enredo e arcos de personagem inspirados por “Hamlet.”
Minhas Impressões sobre “Hamlet”
O ‘Hamlet’ de Shakespeare é frequentemente saudado como um ápice da literatura dramática, mas, tirando o prestígio, o que sobra? Um príncipe melancólico, um pai fantasmagórico e muitas reflexões existenciais. A interminável introspecção da peça e a incessante vacilação de Hamlet podem parecer mais como procrastinação do que filosofia profunda. Será possível que a peça mais famosa do mundo seja, em sua essência, a história de um jovem que simplesmente não consegue se decidir? Talvez Shakespeare esteja rindo em seu túmulo de todos nós tentando encontrar um significado profundo em cada “Ser ou não ser”.
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